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O fogo que devora a ilha é a distância
e quando digo a distância digo o rosto do mar,
a asa de terra e a asa do mar.
Só me interessa a ilha, seja pequena ou minúscula,
Seja São Jorge dos Açores na espada da manhã,
Seja a Austrália redonda gigante e veloz,
Enquanto São Jorge é verde - outro verde - e feliz !
A ilha é uma pessoa do mar,
Do mar da multidão: afogando-se louca e crédula de espanto
No 5º aclamo da derrota!
E, São Jorge, dos Açores?
Quero lá saber, Jorgenses. Que a ilha trema
E o mar seja mais curto que o quarto
Se a aurora é o prenúncio roxo do luar
E os barcos partem quando partem
E as marés são rosas mansas de espinhos doces,
E a baía das Velas não sei o que é
Só sei que é a Baía da Velas
São Jorge, ao luar, lembra uma nespereira brava
Na Baia da Urzelina, cantando manhãs de névoa
E sóis do encoberto
Nota:
Ao pedido de autorização de publicação feito a Onésimo Teotónio de Almeida por Carlos Nuno Faria, teve a seguinte resposta:
Subject: RE: Poema do meu pai
Bom dia (imagino que será quando ler este e-mail)
Não sei responder ao que me pergunta. Não conhecia o poema e fico tocado por ele. Deu-me uma grande saudade do meu amigo Karlos Faria. Tanto que me diverti com ele! Suspeito que terá sido escrito em S. Jorge quando lá foi homenageado durante o encontro de escritores açorianos em 1998.Claro que não só não me importo (?!) de ter esse poema no blogue como muito apreciarei que esteja.
Um abraço do
onésimo
.
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