Neste endereço irá publicar-se poesia, mesmo que seja escrita em prosa, da temática universal em que a sonhou, escreveu e declamou Carlos Faria

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Nos 80 anos de Herberto Helder

Poema escrito por Carlos Faria e dedicado a Herberto Helder








CLORIDRATO DE HEROÍNA

Ao Poeta Herberto Helder




As sensações começam a arder na medula
e vão até arrefecer na polícia
A polícia tem tudo a seu cargo, a polícia boia
sobre os escombros, sobre os delitos, sobre as grades

A polícia funde o gelo, abre muros na escuridão,
deixa impressões digitais no fumo da cólera
veste de medo os delinquentes do paladar !

Heroína é uma droga salgada. Os cloretos
já por si são leves: Quando caem no sangue
dançam no sonho com os nervos...
Eu drogo-me de nuvens... Da anarquia ao sonho,
da dor de poema ao vento que me abre os braaços...

Nuvens : uma droga com a qual
a polícia ainda não se importa

Carlos Faria
Rosto e Diálogo 1966

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